15 de julho de 2011


A relação precisa de espaços individuais, áreas nas quais o parceiro não entre, por puro respeito. Dois não viram um quando estão juntos – dois continuam dois porque, do contrário, serão aniquilados e transformados em uma massa amorfa, uma liga sem força nem identidade. Quando esse território privado é invadido pela insegurança alheia (ou por uma vontade incessante de agradar o parceiro), o que acontece, cedo ou tarde, é o nascimento da raiva. Porque não dá para ser feliz com a obrigação de partilhar cada pensamento, sendo monitorado, avaliado. Não dá para ser feliz estando com a alma exposta numa vitrine.

(Aline Aleixo)

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