25 de junho de 2011

Envelhecer é horrível. Mas a alternativa é pior.
(Tonia Carrero)

No dia do aniversário
A gente às vezes tem vontade
De se esconder dentro do armário
Mas aí vem um com um beijo
Outro realizando um desejo
E aquele que está sempre atrasado
Chega super animado
Estourando um champanhe
Mesmo que eu estranhe
E não entenda muito bem
Por que tantos parabéns
Fico feliz com os presentes
Mais ainda com os parentes
E não me pergunto na hora
O que há de mentirinha
Nessa anual história
Quem me dera tanto afeto
Duas vezes por semana
Pra derreter a couraça
Pra amenizar minha gana
Congelaria se possível
Muitos pedaços do bolo
Pra durante o ano carente
Come-los como consolo

(Elisa Dias Batista*)
* Com uma minima adaptação minha.

20 de junho de 2011

O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

(Carlos Alberto Rodrigues Alves)

"Porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência."

(Caio Fernando Abreu)

10 de junho de 2011

Para o dia dos namorados...


Eu já passei da idade de ter um tipo físico ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse estranho. Tivesse um figurino perturbado e usasse All Star. Hoje em dia eu continuo insistindo no quesito All Star,mas confesso que muita coisa mudou.
É, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios longas conversas.
Engraçado que quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece e começa aos poucos a admirar e a achar FODA.
Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. A pessoa vai esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo), não vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber que você não está bem no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.
Descobri que gosto mesmo é do tal amor. DA PAIXÃO, NÃO. EU QUERO ALGUÉM QUE DIVIDA O CHÃO COMIGO. QUERO ALGUÉM QUE ME TRAGA FÔLEGO. Entenderam? Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.
Amor não é só poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios. Demorei anos pra concordar com Cazuza: “eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar -ah, o amor! - AMAR É PUNK.

(Recortes de "O Amor é Punk" de Fernanda Mello)

2 de junho de 2011


Estamos na era do fast-food e da digestão lenta, do homem grande de caráter pequeno, lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas". Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa: a vida se faz mais curta. Quebre as regras, perdoe rapidamente, beije demoradamente, ame - mas abra exceção -, e não se esqueça: o céu não é o limite! Isso só você impõe.
Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, ao invés de refletir sobre o que me veio, o faço quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agir sob uma intuição dessas não falha, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples fatilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. (...) Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Vou pensar no assunto. Certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não é por eu querer ser diferente, não. Quem me conhece sabe que sou clone de qualquer outra pessoa, mas não me tire o prazer de me manter indiferente a algumas coisas.Você ainda vai amar e odiar a mesma pessoa. Vai rir das coisas que passou, vai rir de como você era, de como você é, e de como você pensa ser. Vai querer mudar de nome, vai querer ser outra pessoa, vai perceber que você mudou muito, ou que você sempre foi a mesma pessoa! Vai se perder em sua própria vida, vai arriscar mesmo sabendo das consequências. Vai querer recomeçar, mesmo nunca tendo começado, vai fazer planos com outra pessoa, mesmo ela nunca tendo feito parte disso. Vai depender de alguém, vai pedir ajuda. Vai perder o orgulho. O importante é ser você.
Nem sempre as escolhas que fiz foram as corretas, nem sempre as pessoas que escolhi permaneceram ao meu lado, nem sempre meu sonho se realizou, nem sempre minha opinião foi aceita, mas sempre fiz o que quis. Não vivemos exatamente o que sonhamos, vivemos o que cativamos, o que nos foi guardado, o que merecemos. Geralmente sofremos quando esperamos algo de alguém. O ideal é não esperar nada de ninguém.

(Desconhecido

Não atenda a todas as expectativas, ame a sua maneira, pessoas não egoístas são incolores; você pode até ficar escuro demais, mas ainda assim será visível.

(CFH)