10 de junho de 2011

Para o dia dos namorados...


Eu já passei da idade de ter um tipo físico ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse estranho. Tivesse um figurino perturbado e usasse All Star. Hoje em dia eu continuo insistindo no quesito All Star,mas confesso que muita coisa mudou.
É, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios longas conversas.
Engraçado que quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece e começa aos poucos a admirar e a achar FODA.
Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. A pessoa vai esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo), não vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber que você não está bem no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.
Descobri que gosto mesmo é do tal amor. DA PAIXÃO, NÃO. EU QUERO ALGUÉM QUE DIVIDA O CHÃO COMIGO. QUERO ALGUÉM QUE ME TRAGA FÔLEGO. Entenderam? Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.
Amor não é só poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios. Demorei anos pra concordar com Cazuza: “eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar -ah, o amor! - AMAR É PUNK.

(Recortes de "O Amor é Punk" de Fernanda Mello)

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